quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Campeão tem nova identidade

Menos espectáculo, maior rigor defensivo. O que está diferente e as razões da mudança.

Aos poucos, os campeões vão alertando publicamente os benfiquistas: não esperem o mesmo rolo compressor da época passada, goleadas a desafiar a lógica, o mais importante agora é ganhar os jogos, mesmo sem a espectacularidade da temporada 2009/10, na qual Jorge Jesus prometeu que o Benfica iria jogar o dobro.

Em 2010/11, definitivamente, o campeão parece ter assumido uma nova identidade. Jorge Jesus não o assume abertamente mas já deixou subentendido que a equipa não poderia jogar da mesma forma porque não tem Di María e Ramires. Ainda esta semana, Luisão deixou um recado sobre a necessidade de ganhar mesmo sem jogar bem e ontem Javi García insistiu na importância de defender bem, em primeiro lugar. Porque parece haver um novo Benfica - eis o retrato e algumas razões para mudança de identidade.

PERDA DE EFICÁCIA

É a grande diferença relativamente à época passada: olhando só para a prestação na Liga, a equipa marcou apenas um terço dos golos, à mesma altura: 11 contra 30.

LESÕES

Queixou-se também o técnico de não contar com Cardozo. O internacional paraguaio lesionou-se há um mês, em Gelsenkirchen, na derrota com o Schalke (0-2). Desde aí a equipa teve quatro jogos e à excepção da partida da Taça com o Arouca (5-1), do segundo escalão, o Benfica ganhou dois jogos, perdeu outro e nos triunfos não conseguiu vencer para lá da margem mínima. Rúben Amorim também recupera de lesão.

RECURSO ÀS BOLAS PARADAS

As bolas paradas são cada vez mais importantes: dos 18 golos oficiais marcados esta época, oito foram de bola parada (44 por cento). Uma tendência maior que na época passada: 35 por cento.

APOSTA NA DEFESA

Pode parecer contraditório, tendo em conta que esta época a equipa já contabiliza tantas derrotas como o total de 2009/10 (seis), mas no que aos jogos da Liga diz respeito a aposta tem passado por uma maior coesão defensiva, principalmente nos últimos quatro jogos: Roberto está há 367 minutos sem sofrer golos, tendo já ultrapassado o melhor registo de Quim da época passada. A ordem parece cada vez mais clara: se a equipa não marca muitos golos (média de 1,3 golos por jogo) está proibida de sofrer.

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