Numa partida iniciada sob calor intenso, com mais 20 graus do que à mesma hora em Joanesburgo, os três titulares que tinham ficado fora da primeira Selecção, Duda, Raul Meireles e Simão, tiveram sortes diferentes: apenas o médio portista marcou claramente a sua posição, dando por duas vezes enorme visibilidade às suas tatuagens, enquanto nem Duda nem Simão mostraram estar nesta altura em melhor forma do que Fábio Coentrão e Nani, respectivamente. O defesa do Benfica foi muito aplaudido e o extremo do Manchester marcou um belo golo, de chapéu.
Portugal fez uma primeira parte mais consistente do que uma semana antes com Cabo Verde, embora o trio de meio-campo, quase certo o que vai alinhar na abertura do Mundial com a Costa do Marfim, tenha sentido dificuldade em controlar a bola. No entanto, aproveitou bem duas ou três desatenções dos africanos – bastante típicas no jogo dos Camarões.
Primeiro, Cristiano Ronaldo desperdiçou uma excelente ocasião num contra-ataque originado por um erro de Mandjeck. Depois, aos 32’, um cruzamento de Simão apanhou Raul Meireles solto no centro da área e o médio concluiu de primeira, numa altura em que já era o principal finalizador da Selecção. Não titular frente a Cabo Verde, Meireles vincava bem a sua posição face à candidatura de Miguel Veloso, ou mesmo Tiago, para o primeiro jogo.
A segunda parte começou com o segundo golo de Meireles, num cruzamento-remate de ângulo impossível, com culpas para Kameni – um golo que liquidou o resultado e garantiu o controlo absoluto do jogo que havia pela frente.
Numa fase em que a entrada de Coentrão mexera com a equipa, foi a defesa a claudicar num cruzamento frontal de Ekotto, muito facilitado, e um cabeceamento de Webó a pôr fim a oito jogos de inviolabilidade. O golo de Nani, a passe de Cristiano Ronaldo, atenuou a apreensão gerada pela lesão de Pedro Mendes, que saiu em maca, obrigando Ricardo Carvalho a jogar como médio defensivo nos últimos 18 minutos.
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