terça-feira, 29 de junho de 2010

Portugal diz adeus ao Mundial 2010

Um golo de David Villa, aos 63 minutos, enviou Portugal para casa. A equipa das quinas falha o acesso aos quartos-de-final, onde a Espanha medirá forças com o Paraguai. A estratégia lusa surtiu efeito durante um bom período, mas a primeira substituição de Carlos Queiroz enviou para dentro de campo a mensagem errada.

Portugal recuou demasiado no terreno, e a Espanha acordou, garantindo o necessário para continuar em prova.

Carlos Queiroz surpreendeu mais uma vez, na construção do «onze». O seleccionador já tinha assumido que o encontro com o Brasil tinha sido um bom jogo-treino (entre aspas) para este duelo com a Espanha, e vai daí decidiu repetir a titularidade de Ricardo Costa e Pepe, com a intenção de manter a coesão defensiva.

Mesmo com todos estes cuidados, é justo dizer que o «tiqui-taca» criou muitas dificuldades a Portugal, na fase inicial do jogo. Sem acertar com as marcações, sobretudo na zona central, a equipa das quinas consentiu três remates perigosos em apenas sete minutos de jogo, e todos provenientes do lado esquerdo do ataque espanhol. Primeiro foi Torres a aparecer nessa zona (logo no primeiro minuto), e depois David Villa (3 e 7), sempre para defesa apertada de Eduardo.

O primeiro remate português só surge aos 17 minutos, com um livre de Ronaldo que Casillas agarrou com facilidade. Era o sinal de que o jogo estava a mudar. Com as marcações mais consolidadas, e com um consequente acréscimo da posse de bola, a selecção portuguesa aproximou-se mais da baliza espanhola. Tiago e Cristiano Ronaldo, este último de livre, obrigaram Iker Casillas a fazer defesas incompletas. O contra-ataque e as bolas paradas continuavam a ser as principais armas, claro.

Em contraste total com o início do jogo, Portugal acaba o primeiro tempo junto da área adversária, com duas cabeçadas perigosas, protagonizadas por Hugo Almeida e Tiago, que atiraram ao lado.

O início do segundo tempo parecia confirmar que a estratégia portuguesa estava bem consolidada. O primeiro lance de perigo até surge junto da baliza espanhola, com Puyol quase a fazer autogolo, após jogada de Hugo Almeida (52m).

Seis minutos depois, ambos os técnicos decidiram fazer a primeira substituição, e foi aí que Portugal começou a perder o jogo. Carlos Queiroz retirou profundidade à equipa, trocando Hugo Almeida por Danny; Vicente del Bosque fez o contrário, apostando em Llorente para o lugar de Torres.

Intencional ou não, a mensagem que Queiroz passou para dentro do campo foi a de que era preciso continuar a «encolher». Do lado espanhol o recado foi precisamente o oposto. O que é certo é que a equipa portuguesa voltou aos quinze minutos iniciais do encontro. Llorente estava em campo há apenas dois minutos quando apareceu solto na área, e obrigou Eduardo a defesa apertada. Depois apareceu David Villa. Primeiro com um remate a passar bem perto do poste, e depois com o golo. Eduardo ainda defendeu o primeiro remate, mas já nada podia fazer em relação à recarga. Aos 63 minutos, a equipa das quinas sofria um duro golpe nas suas aspirações.

O grande defeito da estratégia portuguesa é que não havia plano B. Hugo Almeida até tinha saído, pelo que não havia sequer um «pilar» para colocar na frente. Queiroz ainda lançou Liedson e Pedro Mendes (e Deco?!), mas a Espanha já estava na sua «praia», com espaço para circular a bola.

Portugal foi incapaz de encostas a Espanha «às cordas», e por isso o golo do empate nunca esteve perto, na verdade. A (injusta) expulsão de Ricardo Costa acabou por sentenciar a eliminação lusa.


Espanha
Casillas; Sergio Ramos, Gerard Piqué, Puyol, Capdevila; Sergio Busquets, Xavi, Xabi Alonso (Carlos Marchena, 90), Iniesta; David Villa (Pedro Rodríguez, 88), Fernando Torres (Llorente, 58).

Suplentes
Victor Valdés, Reina, Álvaro Arbeloa, Carlos Marchena, Raúl Albiol, Cesc Fabregas, Javi Martinez, David Silva, Mata, Jesús Navas, Llorente, Pedro Rodríguez


Portugal
Eduardo; Ricardo Costa, Ricardo Carvalho, Bruno Alves, Fábio Coentrão; Pepe (Pedro Mendes, 72), Raul Meireles, Tiago; Simão (Liedson, 72), Hugo Almeida (Danny, 58) e Cristiano Ronaldo.

Suplentes
Daniel Fernandes, Beto, Miguel, Paulo Ferreira, Rolando, Miguel Veloso, Deco, Pedro Mendes, Liedson, Danny


Golo: David Villa (63)

Acção Disciplinar: Amarelo para Xabi Alonso (74), Tiago (80) e vermelho para Ricardo Costa (89)

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