sexta-feira, 18 de junho de 2010

Antes não era defesa e agora é-o com enorme qualidade

Um dos maiores problemas da selecção portuguesa, nos últimos quatro anos, foi encontrar uma solução fiável para o lado esquerdo da defesa. Até agora, pois Fábio Coentrão mostrou qualidades para preencher esse vazio e afastar o “fantasma” Nuno Valente.

Um dos melhores da equipa das quinas no jogo com a Costa do Marfim – estreia como titular na selecção em jogos oficiais -, Fábio Coentrão agarrou o lugar e Portugal parece ter ganho um lateral para o futuro. A época não podia ter corrido melhor ao jogador do Benfica, que, há 22 anos, nasceu nas Caxinas, em Vila do Conde. Jorge Jesus promoveu um recuo no terreno, pois a posição original do vila-condense é o flanco esquerdo do ataque, e ganhou a aposta. Coentrão foi fundamental na conquista do título nacional e, chamado por Queiroz, ganhou a luta pela titularidade a Duda, utilizado pelo seleccionador durante a campanha de qualificação.

Álvaro Magalhães, ex-internacional português, que esteve presente no Europeu de 1984, em França, e no Mundial de 1986, no México, acha que Coentrão vai, durante muitos anos, ser dono do lugar. «Ainda vai melhorar muito, sobretudo no jogo defensivo. Sempre disse que seria um grande lateral. É preciso dar valor ao Jorge Jesus, que fez dele um jogador responsável, dentro e fora do campo», afirmou.

Com efeito, Coentrão, grande promessa no Rio Ave, começou por não confirmar credenciais na Luz, para onde se transferiu na época 2007/08. Emprestado, sucessivamente, a Nacional, Saragoça e Rio Ave, reconheceu que teria de mudar como profissional e a alteração de comportamento rendeu frutos.

Uma das críticas apontadas a Carlos Queiroz, ao longo do apuramento, residia no facto de Duda não ser um defesa-esquerdo de raiz, o que também se aplica a Coentrão. Mas Álvaro Magalhães não vê qualquer problema. «Eu também jogava no meio-campo, na Académica, quando o Benfica me contratou. Tive de me adaptar, como devem fazer todos os bons profissionais. O Fábio ainda tem de evoluir, mas, se mantiver esta postura, terá tudo para ser um dos melhores laterais de sempre do nosso futebol», salientou.

A avaliar pela análise de Álvaro Magalhães e pela confiança depositada por Carlos Queiroz, o caxineiro pode vir a ser uma das revelações da equipa portuguesa no Mundial. E, mais importante, torna-se solução credível numa posição por onde passaram, depois de Nuno Valente encerrar a carreira, Paulo Ferreira, Duda, Miguel Veloso e Antunes.

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