segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Coincidências lá nas Caxinas

— Quem é?
— Manuel Salsão.
— Quem?!
— Ontem telefonei...
— Ah, sim, faça favor de entrar!
— Disse-me que era para vir agora.
— Sim, claro, peço desculpa, não liguei ao nome.
— Não tem mal.
— Então você é das Caxinas?
— Sou sim, e com muito orgulho!
— Terra de craques.
— É mesmo. André, Paulinho Santos, Hélder Postiga e agora o maior: Fábio Coentrão!
— É impressionante!
— E muitos outros por lá apareceram, só que nunca tiveram chances. 
— Acredito.
— Deve ter a ver com a nortada... ou com o sargaço...
— Quem sabe...
— Por lá já se diz que é uma queca um craque! Se der rapaz, claro.
— Parece mesmo!
— É por isso que aqui venho.
— Disse-me que tem um filho que vai dar craque?
— Tem pormenores que não enganam!
— Vamos lá então ver isso.
— Repare nesta foto!
— Foto antiga?
— Tirada há uns tempos. 
— Era novinho...
— Mas querem investir em craques novos, não é mesmo?
— Sim, sim, mas sem exageros!
— Reparou no cabelo?
— Louro... desgrenhado...
— Ora! Está a ver?
— E o que o faz pensar que o seu filho vai dar craque?
— Além do cabelo? 
— Sim, detalhes importantes.
— Bom, eu era vizinho do pai do Coentrão e a minha mulher era vizinha da mãe do Coentrão.
— E mais?
— Sabe como se chama o meu filho?
— Não, não disse.
— Fábio... Fábio Salsão!
— Boas coincidências, mas...
— E não ficam por aí!
— Trouxe algum vídeo do rapaz?
— Sim, trouxe um neste CD.
— Vamos lá então ver o seu talento.
— Vamos lá!
— É este o seu filho?!
— Sim, claro, repare num detalhe importante.
— Qual detalhe?
— Veja com que pé ele chuta: esquerdo!
— Mas que idade tem o seu filho?!
— Dois anos.
— É novo demais!
— Meu caro, lá das Caxinas, ou investe agora ou depois os tubarões levam.


Fonte: blog Crónicas de um Matemático Exilado no Mundo

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