segunda-feira, 27 de junho de 2011

Guerra por Coentrão

Em Abril deste ano, André Villas-Boas disse que não via o antigo chefe José Mourinho como um rival porque não podia competir com ele; agora no Chelsea, já pode e está mesmo prestes a rebentar a primeira guerra entre ambos, depois de o clube de Londres se ter juntado ao Real Madrid na corrida pelos préstimos do benfiquista Fábio Coentrão. A notícia foi avançada ontem pela Imprensa inglesa e confirmada por O JOGO, cujas fontes rejeitaram em absoluto que se trate de algum tipo de pressão para que o Real Madrid conclua as negociações há algum tempo encetadas com o clube da Luz e reiteraram que Villas-Boas quer mesmo contar com o lateral-esquerdo, de 23 anos, que Luís Filipe Vieira diz só aceitar transferir pelo valor da cláusula de rescisão inscrita no seu contrato - 30 milhões de euros -, tendo-o incluído na lista de reforços que entretanto terá feito chegar ao proprietário dos blues, o magnata russo Roman Abramovich.

O clube de Londres apresenta-se assim como concorrente fortíssimo do Real Madrid (que inclusive já estará a voltar-se para Ashley Cole, do... Chelsea), uma vez que Abramovich está disponível para investir na reconstrução do plantel e já mostrou que dinheiro não é problema - o último exemplo foi exactamente o da contratação de Villas-Boas, por quem pagou 15 milhões de euros ao FC Porto, o valor da cláusula de rescisão do treinador, de 33 anos, que venceu quatro troféus em cinco possíveis na sua época de estreia nos azuis e brancos. Ou seja, caso o técnico natural do Porto considere que Fábio Coentrão é um dos pilares do plano de reestruturação do Chelsea - que tem exactamente o mesmo objectivo desportivo do Real: conquistar a Liga dos Campeões (os ingleses procuram o primeiro troféu e os merengues o décimo) -, é provável que Abramovich apresente, ao Benfica, uma proposta superior à do clube de Madrid. No limite, caso não consiga negociar como fez no mercado de Inverno para contratar David Luiz (por M€ 25, cinco milhões abaixo da cláusula), o milionário russo que também já foi patrão de José Mourinho pode até cobrir esse valor indemnizatório previsto no contrato do esquerdino natural das Caxinas, que é também um dos atletas indiscutíveis de Paulo Bento na Selecção Nacional.

Nesse sentido, esta repentina entrada em cena dos londrinos vem ao encontro das pretensões do Benfica, agora a poder jogar em dois tabuleiros depois de quase ter fechado negócio com o Real, alegadamente por M€ 22 e jogadores. A favor dos merengues estão precisamente o facto de existirem negociações em curso com as águias - mesmo se, durante os últimos dias, o processo não conheceu avanços - e também a posição pública de Coentrão, que, apesar de posteriormente ter recuado e optado por um discurso (bastante) mais prudente, já expressou o desejo de se juntar em Madrid aos compatriotas Mourinho, Ronaldo, Pepe e Ricardo Carvalho. O agente do lateral - e do quarteto português do Real -, Jorge Mendes, pode eventualmente ter uma palavra a dizer, mas é também conhecida a sua boa relação com Abramovich, pelo que se prevê que o dinheiro e a agilidade negocial venham mesmo a assumir um papel decisivo nesta (primeira) guerra particular entre Mourinho e Villas-Boas. Até lá, Coentrão é jogador do Benfica e hoje vai apresentar-se no Seixal para os trabalhos de pré-temporada, como o próprio revelou há bem pouco tempo.


Fonte: O Jogo

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