segunda-feira, 20 de junho de 2011

Coentrão e o Real salafrário

Na guerra em que o Benfica se viu metido há duas semanas, não interessa para nada a "ingratidão" do Fábio Coentrão, muito menos as contas patetas que os matemáticos se puseram imediatamente a fazer sobre o quanto ele está a dever à instituição. Outros jogadores talvez verbalizassem menos, mas nenhum resistiria ao Real Madrid nem deixaria de fazer os possíveis para concretizar a transferência, pelo que a questão está de pernas para o ar: o mau comportamento, planeado com a experiência de uma década de contínuas repetições do filme, é do Real Madrid, a quem FIFA e UEFA continuam a permitir quaisquer manobras, apesar das queixas que receberam de clubes tão proeminentes como Manchester United ou Milan. Beckham, Ronaldo, Kaká: todos eles foram namorados nas barbas dos regulamentos, no caso dos dois primeiros, durando anos e, seguramente, afectando de alguma maneira, se não a produção, pelo menos o estado de espírito das equipas que o Real submeteu aos cercos. É provável que o Benfica não vista a cem por cento a pele de campeão desta causa, por ter interesse numa venda já prevista e por números raros, mas pelo menos que a retractação de Coentrão - "Deus queira que continue de camisola vermelha", disse ele ontem - seja um indício de que o Real Madrid vai penar um bocado antes de pôr os dentes no lateral-esquerdo. Pagando bem.




Fonte: O Jogo

Sem comentários:

Enviar um comentário