Em miúdos, quando se cruzavam nas Caxinas, Fábio Coentrão e Hélder Postiga nem sonhavam nas voltas que as suas vidas iriam dar. Viviam a poucas centenas de metros um do outro, ambos tinham um talento (e uma paixão) especial pelo futebol e, se as respectivas carreiras tomaram rumos bem diferentes, reencontram-se agora para, pela terceira vez, disputarem o maior dérbi luso.
Caxinas é um bairro situado entre a Póvoa de Varzim e Vila do Conde. Pois bem, Postiga rumou a norte, começando a carreira no Varzim, enquanto Fábio Coentrão optou pelo Sul e pelo Rio Ave. Dois clubes rivais, tal como os emblemas que hoje representam. Separados à nascença, eis o que apetece dizer sobre estes dois ex-vizinhos que a Adidas ontem juntou.
A manhã do Dia dos Namorados começava, por coincidência, com Hélder e Fábio lado a lado, a fazerem votos de amizade eterna... fora dos relvados. "Somos excelentes amigos. Ainda este sábado fiquei muito feliz com os dois golos que ele marcou ao Olhanense", dizia o sorridente Coentrão, esclarecendo desde logo que só não gosta de ver Postiga marcar ao Benfica.
Aliás, Fábio não coloca outra hipótese para o resultado final. "Nos últimos 16 jogos o Benfica tem ganho sempre e vamos continuar a ganhar", disse, optimista para o dérbi da próxima segunda-feira, uma partida em que "os jogadores até parecem outros", de tão específica se foi tornando ao longo dos anos.
Postiga tem idêntico espírito para o encontro de Alvalade, prometendo que os leões vão levar à letra o lema do clube: Esforço, Dedicação, Devoção e Glória. "Isso é o que podemos prometer, esforço e dedicação. Como equipa grande que é, o Sporting tem que pensar em ganhar esse jogo. Já mostrámos que podemos fazer golos a qualquer equipa", explana o avançado, orgulhoso da terra que partilha com o adversário das águias: "As Caxinas são um bairro piscatório entre Vila do Conde e a Póvoa. Oitenta por cento das pessoas vivem do mar e eu tenho muito orgulho em ser de lá", disse, em opinião partilhada por Coentrão. Em comum entre os dois, as botas que costumam calçar e o prazer que retiram das mesmas. "É muito confortável e para mim são as melhores de sempre", comenta Postiga. "Parece que estamos a jogar descalços, o que é muito bom", diz Coentrão.
Fonte: O Jogo
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