domingo, 18 de julho de 2010

Opiniões - Tiro e queda

Por cada cavalgada pelo flanco, multiplicada por 20 ou 30 em cada jogo; sempre que cumpre atrás (defesa), sobe pelo corredor (médio) e desequilibra à frente como artista (avançado), Fábio Coentrão resgata dignidade a infância e adolescência problemáticas. Vinga-se com a bola colada ao pé esquerdo e perante o entusiasmo de plateias por fim rendidas ao seu talento, dos brinquedos que não teve, dos estudos que não prosseguiu, das dúvidas que suscitou e do fracasso a que parecia condenada a sua vida; é como se reclamasse em campo o direito a ser reconhecido por uma sociedade mais generosa com quem se notabiliza fora dele. Nascido como potencial perdedor, graduou-se como ser humano conquistando direito à admiração da comunidade que o viu nascer, gente que, por ver nele a imagem de sucesso, expressa agora orgulho pelo irmão que é expoente nacional e internacional do desporto mais belo do Mundo.

Pode ler a crónica na edição deste domingo de Record, eu actualizarei o artigo assim que for possivel.

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