segunda-feira, 26 de julho de 2010

Coentrão deve continuar no Benfica

A venda de Di María ao Real Madrid ainda acentua mais os efeitos nefastos de uma eventual transferência de Fábio Coentrão. O que seria depois da ala esquerda da equipa campeã nacional? "Ficaria debilitada e sem referências", aponta Alberto Carvalho, mestre em Treino de Alto Rendimento no futebol. "Se o Benfica começa a perder muitos dos jogadores que foram campeões nacionais na temporada passada, o modelo de Jorge Jesus também começa a perder qualidade. E já não tem muito tempo para criar soluções", acrescenta.

São muitas as razões para a SAD encarnada não vender Fábio Coentrão. Tantas que foi difícil resumi-las a apenas dez itens. O JOGO pediu a ajuda de um painel diversificado de pessoas ligadas ao futebol e ao Benfica. Para além do professor universitário, já citado, falámos também com Álvaro Magalhães e Pedro Henriques, dois antigos laterais-esquerdos da equipa da águia. E ainda com Carlos Dinis, que foi treinador de Fábio Coentrão nas selecções jovens e agora exerce funções de avaliador no fundo de jogadores do Benfica, onde Fábio Coentrão está incluído, com 20 por cento dos seus direitos económicos a valerem três milhões de euros.

E todos considerariam um disparate a venda de Fábio Coentrão, nesta altura, pela SAD das águias. "O Benfica não pode prescindir dele. É só o melhor lateral-esquerdo de Portugal. E pode também vir a sê-lo na Europa", afirmou ontem, a O JOGO, Álvaro Magalhães.

A antiga glória das águias, agora treinador em Angola, considera que, daqui por um ano, a SAD encarnada pode vir a ganhar muito mais dinheiro com o ex-Rio Ave do que ganharia agora. "O Benfica vai estar na Liga dos Campeões e o Fábio Coentrão, que é jovem e tem margem de progressão, vai valorizar-se ainda mais", defendeu. "Além disso, há muito tempo que o Benfica não tinha um lateral-esquerdo desta qualidade", acrescentou.

Para Pedro Henriques, outro antigo jogador das águias, Fábio Coentrão "é um dos jogadores mais importantes no funcionamento da equipa, senão mesmo o mais importante". "Ele é desequilibrador, rápido, forte fisicamente e está cada vez melhor a defender, já sem falar da muita qualidade que tem a atacar", afirmou, considerando que, tendo a SAD encarnada que vender mais um jogador, "faria muito mais sentido Ramires do que Fábio Coentrão".

O facto de o internacional português ser também alternativa para o ataque - o extremo adaptado por Jorge Jesus a lateral pode fazer todo o corredor esquerdo - é outras das fortes razões apontadas. "Ele está apto a desempenhar as duas funções. Maior ponto forte? A capacidade de decisão. Ele não tem medo de assumir o jogo", afirma, por seu turno, Carlos Dinis, que reconhece grandes diferenças entre este jogador e aquele miúdo rebelde que treinou nas selecções jovens. "Cresceu muito como jogador e amadureceu como homem", afirmou. Neste aspecto, Jorge Jesus é, segundo os entrevistados, o grande responsável. "Daí a forte ligação entre os dois, que tem repercussões dentro de campo", sustenta Alberto Carvalho.

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