sexta-feira, 14 de maio de 2010

Fabio Coentrao no jornal "record"


Ainda a saborear a conquista do título de campeão e do seu casamento, segunda-feira, Fábio Coentrão, em entrevista ao Record, revela um segredo para o final da próxima época: “O Marquês já está reservado”.


Fábio Coentrão está “orgulhoso por ser campeão nacional aos 22 anos” e que de toda a época “foi o momento mais marcante”. Uma das revelações do ano, o jovem jogador, em entrevista concedida ao Record, confessa que viveu momentos de euforia e ansiedade no último encontro frente ao Rio Ave, clube onde já actuou.

“Há quatro jornadas que esperava por aquele momento e já existia alguma ansiedade. Quando o Rio Ave empatou decidi ir dar uma volta. Houve partes em que não quis olhar para o jogo”, confessou Fábio Coentrão, que assistiu ao jogo da bancada por estar castigado, “um momento complicado” em que “gostava de ter ajudado a equipa”.

Mesmo com a derrota no Dragão, a equipa nunca pensou que o campeonato podia acabar mal. “Desde o jogo inaugural da época que acreditamos que nos sagraríamos campeões”, assume, mas nunca pensou que “não contava que o Sporting de Braga desse tanta luta, esteve bem, mas o Benfica foi um justo campeão e isso ninguém pode colocar em causa”.


Para Fábio Coentrão, a ter que escolher um companheiro de equipa, não tem dúvidas que Di María foi o que teve o papel mais importante.
“Ajudou-nos bastante. Todos demos um contributo importante, mas se tiver de nomear um jogador escolho o Di María”, disse.


Esta época, o jovem jogador foi escolhido por Jorge Jesus para ocupar o lado esquerdo da defesa, uma adaptação que, confessa, “foi difícil”, mas onde mostrou toda a sua polivalência.
“Fiquei meio desorientado, pois nunca tinha actuado naquela posição. Contudo, ele [Jorge Jesus] deu-me confiança e pediu-me para ficar tranquilo, pois iria correr tudo pelo melhor. Aliei a minha qualidade à confiança que ele me transmitiu e consegui uma boa época. David Luiz foi um daqueles jogadores que me ajudou bastante também. Agradeço-lhe bastante pelo auxílio que sempre me prestou”, sublinhou, salientando: “Não vou estar para aqui a dizer que A ou B são melhores do que eu. Para mim, sou o melhor em Portugal”.


Sobre Jorge Jesus, não tem dúvidas que foi o melhor treinador que teve até agora. “Até hoje não havia sido dirigido por um treinador desta qualidade”, disse não tendo dúvidas que Jesus “pode ser comparado a Mourinho”. Apesar de Jesus ser duro, Coentrão admite que “qualquer treinador tem de ser assim e valeu a pena ouvir o que ele tinha para dizer”.

E pela bitola de Jesus, também ele quer o título de campeão europeu no próximo ano.
"O mister já disse que vamos lutar pela conquista da Liga dos Campeões. Tudo é possivel. Partilho da opinião dele. A Liga dos Campeões é a melhor competição do Mundo, sendo um sonho para qualquer jogador conquistá-la. Eu não fujo à regra", disse.

Fábio Coentrão, para já não se vê a jogar noutro clube que o Benfica, adiantado que para o ano “o Marquês já está reservado” e daqui a uma década não pede menos: “Daqui a 10 anos? Contando com aquele que acabei de conquistar…vejo-me com 11 títulos nas mãos”.



«Tivemos medo na viagem para o Dragão»


“Tivemos um pouco de medo porque eram muitas as pedras a bater nos vidros. Sabíamos que podia acontecer alguma coisa de grave, mas felizmente isso não se verificou”, relatou.

A visita ao Dragão foi bastante complicada e Fábio Coentrão admite que “a equipa gostava de ter festejado o título no Dragão”.

O jogador do Benfica também formula um desejo: “As pessoas do Porto deviam pensar de maneira um pouco diferente, pois o futebol tem de ser festa e não violência”.

A violência não só teve lugar no exterior, como este campeonato foi marcado pelo caso do Túnel da Luz, quando o Benfica recebeu o FC Porto, a 20 de Dezembro, e que culminou com as suspensões de Hulk e Sapunaru e de Braga, à nona jornada, quando ao intervalo houve confusão e Cardozo e Leone foram expulsos.

“Foi uma desculpa de mau pagador [por parte do FC Porto]. A equipa do Benfica saiu sempre tranquila para os intervalos, excepção feita ao jogo com o Sporting de Braga. Os jogadores adversários armaram confusão, mas nós permanecemos serenos. Toda a gente viu o que se passou em Braga…”, disse.



«Um mau mundial é chegar às meias-finais»


Sem meias medidas, Fábio Coentrão assume que “um mau Mundial é chegar ás meias-finais” e que, pelo contrário, “ganhar o campeonato do Mundo” será o que de melhor pode acontecer a Portugal, apesar de “o Brasil ser o adversário mais difícil”.


Chamado pela primeira vez à Selecção treinada por Carlos Queiroz, logo um dia depois de se ter sagrado campeão nacional, Fábio Coentrão “não estava à espera de ser convocado no inicio da época”, mas com o decorrer do tempo foi “acreditando”.

“Pensei muitas vezes: Portugal não tem um lateral esquerdo de origem, quem sabe se posso ser eu”. Trabalhei imenso e felizmente estou na África do Sul”, assume, sem modéstias. Fábio soube da convocatória pela televisão e foi “um enorme sentimento de felicidade” que até o fez “estremecer”.

O jogador do Benfica, o único representante dos campeões nacionais entre os 24 de Queiroz, promete “trabalhar para ser uma opção” e deixou um recado aos dois companheiros de equipa que a 25 de Junho vão disputar aquele que pode ser considerado o jogo mais aguardado da fase de grupos, opondo Portugal e Brasil.
“Avisei, na brincadeira, o Luisão para ter cuidado porque eu ia para cima dele”, lembrou.

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