"Toda a gente sabe como é Hulk: existem poucos atletas assim, é muito difícil conjugar tanta agilidade e tanta força. Geneticamente, Hulk será o atleta perfeito", dizia ontem ao i uma fonte próxima da equipa técnica do Benfica. Jorge Jesus tem alternado as suas escolhas para a lateral-esquerda entre Fábio Coentrão e César Peixoto, mas agora, perante o que está em causa, ninguém acredita que possa arriscar a lentidão de Peixoto perante o futebolista mais perigoso do campeonato. Esta é a questão táctica no Estádio da Luz e só para se perceber o receio (pelo menos o de quem está de fora), a TVI fez um programa a meio da semana discutindo o assunto. Para os ex-benfiquistas Carlos Mozer (era central) e Fernando Mendes (precisamente lateral-esquerdo) a escolha foi unânime: Jorge Jesus só pode escolher Fábio Coentrão. Chamem o homem!
80 KG contra 68 KG Hulk é um bloco. Os 80 kg não o impedem de ganhar velocidade de ponta e torna-se uma espécie de comboio em andamento, imparável, com a diferença de que não está preso a um carril, ou seja, faz mudanças de direcção como se se tratasse de um automóvel desportivo. Fábio Coentrão, aparentemente é um franganote. "Ganhou algum peso e massa muscular desde que chegou ao Benfica", explicam ao i, mas mesmo assim ronda apenas os 68 kg. Sem peso ou força extraordinários, a forma como se impõe sobre os concorrência depende principalmente da perspicácia, da velocidade e da capacidade de resistência. "Enquanto Hulk é um sprinter mais vezes obrigado a paragens para descanso, Coentrão consegue manter o pulmão mais algum tempo", explicam.
É por isso que, mesmo quando joga a lateral-esquerdo, Fábio Coentrão consegue ultrapassar o extremo que está à sua frente (especialmente se for César Peixoto), participar no ataque e depois voltar para a posição de defesa (quando já não consegue, Peixoto lá dá um pezinho atrás). Esta temporada, entre missões defensivas e cavalgadas ofensivas, o Figo das Caxinas marcou três golos (Marítimo e dois ao Lyon).
13 golos contra tudo e todos Mas se vamos pelo caminho dos golos, Hulk está a apresentar um rendimento incomparável. O herói dos dragões marcou por 13 vezes esta temporada, em oito jogos. Também se pode ver a coisa ao contrário: Hulk ficou em branco em apenas sete jogos, o que não quer dizer que não tenha conseguido ser decisivo com as assistências e desequilíbrios provocados nas equipas adversárias. Depois há a atitude. Na quinta-feira, quando foi substituído frente ao Besiktas, Hulk protestou porque queria ficar em campo precisamente na altura em que os confrontos estavam a aquecer. André Villas Boas percebeu o risco e tirou-o do campo, preferindo poupá-lo para o jogo com o Benfica, mesmo sabendo que o seu avançado atravessa eventualmente a melhor forma de sempre. A questão física, aliás, pode ser decisiva no clássico. Fábio Coentrão esteve no Campeonato do Mundo, desgastou-se e ao contrário do que mostrou na época passada nem sempre tem conseguido escapar às lesões.
Sem comentários:
Enviar um comentário