Uma história que parecia ter um final feliz para o Benfica acabou por voltar a ter o mesmo triste fim encarnado. O fado da águia em solo alemão já se conta em 19 capítulos (13 derrotas e seis empates) sem conhecer o sabor do triunfo e esta noite o Schalke 04 deu uma lição de como aproveitar os (muitos) erros alheios.
Jorge Jesus afiançara na véspera que uma vitória significaria meio caminho andado para o apuramento dos oitavos-de-final. Depois da derrota de hoje, o Benfica deixa de ter tantos motivos para sorrir e levantam-se dúvidas sobre a recuperação que a equipa estava a evidenciar.
O Benfica até entrou bem no jogo, demonstrando personalidade, confiança e vontade de resolver o jogo cedo, mas Cardozo e Luisão desperdiçaram boas oportunidades logo no início. Defensivamente, o campeão nacional ia dando conta do recado, apesar dos sustos com dois golos anulados ao Schalke 04, devido a fora-de-jogo.
Até aos 20 minutos, o jogo tinha o sentido da baliza de Neuer. Depois disso, os alemães imprimiram maior pressão e dinâmica, obrigando ao recuo da formação encarnada.
Com maior pragmatismo e vontade de apostar no contra-ataque, o Benfica cedeu a esse recuo e o Schalke 04 ganhou moral. Aos 41’, os adeptos germânicos quase gritaram golo, mas o poste primeiro e Roberto depois evitaram o golo a Raul e Rakitic.
No segundo tempo, Gaitán não voltou e no seu lugar surgiu Salvio. Pouco depois foi a vez de Aimar substituir Saviola e mais tarde Cardozo saiu lesionado para ceder o posto a Kardec.
Todavia, todas estas alterações traduziram-se num Benfica francamente pior. O Schalke 04 controlou o encontro e apesar de alguma réplica inicial, não foi surpresa o golo de Farfán, aos 72 minutos. O peruano aproveitou um erro clamoroso de César Peixoto e remata cruzado na área para o 1-0.
O Benfica entrou numa espiral de passes falhados, não conseguindo mais fazer uma jogada com princípio, meio e fim. Quem aproveitou foi o Schalke, que explorou os espaços abertos pela defesa encarnada e os sucessivos erros. Assim se escreveu o segundo golo, que nasce de uma bola perdida por David Luiz. Raul constrói a jogada com classe e Huntelaar finaliza. Estava feito o 2-0 aos 84’ e o jogo sentenciado.
O apito do árbitro colocou um ponto final na pobre actuação do Benfica no segundo tempo e no 19º jogo do clube da Luz em solo alemão sem um único triunfo. O Benfica cai assim para o terceiro lugar do grupo da Champions, face ao triunfo do Lyon sobre o Hapoel. Os jogos com o colosso francês serão agora decisivos para as aspirações do Benfica na Champions.
Equipas:
Schalke 04
Neuer, Uchida (Sarpei, 58), Metzelder, Papadopoulos, Schmitz, Matip, Jurado (Kluge, 78), Rakitic (Jones, 66), Farfán, Raúl e Huntelaar.
Suplentes
Shober, Sarpei, Jones, Plestan, Edu, Kluge e Jendrisek.
Benfica
Roberto, Maxi Pereira, Luisão, Davis Luíz, César Peixoto, Javi García, Gaitán (Salvio, 46), Carlos Martins, Fábio Coentrão, Saviola (Aimar, 63) e Cardozo (Kardec, 71).
Suplentes
Moreira, Airton, Sidnei, Felipe Menezes, Aimar, Salvio e Alan Kardec.
Golos: Farfán (73), Huntelaar (85)
Acção disciplinar: Gaitán (45), Salvio (49), Javi García (56), Uchida (57), Farfán (62)
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